Durante o estado de calamidade gerado pelo Covid-19, a negociação coletiva se mostrou ferramenta importante para que empresas e trabalhadores enfrentassem os efeitos da pandemia sobre a economia. Isso contribuiu para evitar que os impactos da pandemia sobre o mercado de trabalho fossem ainda mais graves.
Em uma consulta inédita realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com 205 empresas industriais, aponta que duas em cada três consideram que a celebração de instrumentos coletivos foi importante para que se adotasse, de comum acordo, medidas voltadas à preservação do emprego e a ajustes nas rotinas de trabalho, dentre elas a suspensão do contrato de trabalho e a adoção de medidas para prevenção da Covid-19, seguidas da redução de jornada e regras para teletrabalho ou trabalho misto.
As empresas ouvidas também apresentam percepção positiva sobre o processo de negociação durante a pandemia (2020 e 2021). Quando comparado ao biênio 2018-2019, 86% das indústrias ouvidas se disseram tão ou mais satisfeitas com os instrumentos coletivos firmados. Para 25% das entrevistadas, o processo de diálogo com os sindicatos foi mais fácil nos últimos dois anos, frente aos 16% que consideraram mais difícil. Para 53% delas, a dificuldade se manteve igual.
A possibilidade de empresas e trabalhadores pactuarem as medidas voltadas à preservação de empregos reforçaram a importância da negociação coletiva, especialmente em um cenário de emergência econômica, que exigiu maior diálogo entre as indústrias e seus trabalhadores através dos Sindicatos.
O fato de a indústria ter conseguido manter o nível de emprego ao fim de 2020 foi um importante indicativo de que medidas emergenciais pactuadas via negociação coletiva foram efetivas e relevantes para a preservação dos empregos.