Por Rildo Silva – presidente do SINAEES – AM e membro da Comissão CIEAM – Centro da Indústria do Estado do Amazonas de ESG.

“Manaus é o coração tecnológico da Amazônia e o maior polo industrial do setor eletroeletrônico do Brasil.”

De frente para o mais belo espetáculo natural do planeta — o Encontro das Águas —, Manaus simboliza a harmonia possível entre o chip e o cipó, entre a inteligência humana e a inteligência da natureza. Aqui, em plena floresta tropical, pulsa um ecossistema produtivo que combina alta complexidade tecnológica, geração de empregos qualificados e compromisso com a sustentabilidade.

O polo que produz futuro

O Polo Industrial de Manaus é o topo do ranking nacional em intensidade tecnológica, abrigando empresas que desenvolvem, testam e fabricam produtos de ponta para o Brasil e o mundo.
É aqui que se materializa o ideal de uma indústria verde, capaz de aliar inovação, eficiência energética e responsabilidade socioambiental. Cada fábrica, cada laboratório, cada linha de montagem instalada em Manaus é uma afirmação de que a Amazônia pode ser produtiva sem ser predatória.

Nosso setor eletroeletrônico não apenas gera riqueza — gera conhecimento, forma mão de obra, estimula a pesquisa e reforça a soberania nacional em tecnologias críticas.
Somos parte essencial da engrenagem que move o país rumo à transição energética, à digitalização e à economia de baixo carbono.

Infraestrutura: o elo que falta

Mas para que esse potencial alcance toda a sua dimensão, Manaus precisa de infraestrutura à altura de sua missão. Precisamos de rodovias seguras, portos modernos, aeroportos eficientes e conectividade plena, que garantam fluidez logística, competitividade e integração com o restante do Brasil e do mundo.
Investir em infraestrutura aqui não é apenas uma questão econômica — é uma decisão estratégica de Estado, que define o futuro da Amazônia no mapa do desenvolvimento sustentável.

A ausência de infraestrutura adequada limita o turismo, encarece o transporte, compromete a logística e distancia o investidor.

O que falta não é vocação, mas visão de longo prazo. Manaus pode e deve ser o principal polo de tecnologia limpa do Hemisfério Sul, mas para isso precisa de energia estável, conectividade digital de alta velocidade, saneamento pleno e mobilidade urbana inteligente.

Turismo de negócios e reencontro com a natureza

Além do potencial industrial, Manaus tem tudo para se tornar um destino global de turismo de negócios, inovação e natureza. O mundo busca experiências transformadoras — e poucas cidades oferecem o que Manaus oferece: a chance de conhecer uma metrópole pulsante, tecnológica, e ao mesmo tempo mergulhar no maior patrimônio natural do planeta.

Precisamos de equipamentos turísticos de excelência, centros de convenções modernos, marinas sustentáveis, parques tecnológicos integrados à paisagem amazônica, trilhas de conhecimento e hospedagens alinhadas ao conceito de “floresta inteligente”.

O que está em jogo é mais que economia: é a imagem do Brasil perante o mundo, como país capaz de unir o progresso à preservação, a indústria à natureza, a tecnologia à sabedoria ancestral.

A capital mundial da sustentabilidade

Manaus é a capital mundial da sustentabilidade. Nenhuma outra cidade do planeta combina tão intensamente diversidade biológica, capital humano, inovação tecnológica e relevância climática.
Aqui, o ar que se respira vem das árvores que ainda estão em pé; e a energia que move as fábricas, cada vez mais, virá do sol, da biomassa e da ciência. Essa é a verdadeira “indústria verde”: aquela que não se opõe à floresta, mas floresce com ela.

Conclusão: o novo pacto com a Amazônia

O futuro da indústria eletroeletrônica e o futuro da Amazônia caminham juntos.
Manaus é a prova viva de que a economia da floresta em pé é possível, viável e necessária.
Nosso desafio é fazer com que o Brasil reconheça essa vocação, invista na infraestrutura que nos falta e enxergue na Amazônia não um limite, mas um horizonte.

Porque é aqui — onde o chip encontra o cipó — que o país pode encontrar também a fórmula do seu próprio desenvolvimento sustentável.

 

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