Por Rildo Silva – presidente do SINAEES – AM-AM e membro da Comissão CIEAM – Centro da Indústria do Estado do Amazonas de ESG.

“A recuperação da BR-319 é um marco simbólico e essencial para nossa sobrevivência logística, mas o desafio vai além dessa estrada. Trata-se de uma luta para garantir que o desenvolvimento sustentável, que tem a floresta como aliada e não como inimiga, continue a ser o motor da economia da Amazônia, preservando nossas riquezas naturais e assegurando a prosperidade da região. O tempo de agir é agora.”.

A complexidade das rotinas produtivas de uma fábrica no Polo Industrial de Manaus é algo que, muitas vezes, passa despercebido pelos nossos representantes parlamentares. Do mesmo modo, seria igualmente desafiador para nossos colaboradores compreenderem e desempenharem o papel de um parlamentar na representação popular. Cada área tem suas particularidades, e é justamente por isso que é fundamental que cada um “cuide do seu riscado”. No entanto, tão importante quanto essa especialização é a interlocução entre quem produz e quem representa politicamente a sociedade.

Essa interação é essencial para o avanço de interesses públicos, e é nesse ponto que destaco a relevância do relacionamento entre o setor produtivo da Zona Franca de Manaus (ZFM) e as esferas de poder. Dependemos da segurança jurídica, das políticas públicas adequadas e, principalmente, da infraestrutura para operar. E hoje, talvez o maior símbolo dessa interdependência entre os setores produtivo e político seja o pacto federativo proposto pelo governo federal para a recuperação da BR-319, nossa única via terrestre de conexão com o restante do país.

A presença de uma comitiva presidencial em Manaus, liderada pelo governo Lula, ao lado de prefeitos de diversas partes do Amazonas, ilustra a importância estratégica desse pacto. A maioria desses prefeitos enfrentou dificuldades para chegar até a capital devido à vazante extrema dos rios amazônicos, um fenômeno que impacta diretamente nossa principal via de transporte – a hidrovia. Isso mostra o quanto nossa infraestrutura está vulnerável e o quanto dependemos de soluções práticas e viáveis para garantir a continuidade das operações industriais no Polo Industrial de Manaus.

Neste momento crítico, a “bola está em nosso campo”. A questão da infraestrutura, agora intensificada pela crise climática, nos dá uma visão clara da gravidade do problema. Esse pacto de recuperação da BR-319 não pode ser tratado como um compromisso apenas local ou regional. É um compromisso nacional, com todo o Brasil – e, além disso, com a crise climática ameaçando diretamente a viabilidade de nossa logística, todos nós somos testemunhas dessa necessidade inadiável de colaboração.

O pacto foi firmado com a participação ativa de entidades representativas da indústria, a FIEAM e o CIEAM, que representam as demais entidades, este SINAEES incluído, e apresentaram nossas reivindicações em um documento entregue diretamente ao governo. Nesse documento, detalha-se a urgência da recuperação da rodovia, mas também a proposta de um plano logístico amazônico, focado nas demandas da Amazônia Ocidental e sob a coordenação da Suframa. Esse plano visa, além da BR-319, pensar a infraestrutura de forma integrada, contemplando as particularidades geográficas, climáticas e econômicas da nossa região.

Em resumo, estamos todos juntos nessa empreitada. O vínculo estabelecido com esse pacto vai além de compromissos burocráticos. Trata-se de um compromisso participativo, onde as entidades de classe, signatárias dessa proposta, têm a responsabilidade de garantir que os obstáculos jurídicos e socioambientais sejam superados, e também qualquer barreira que comprometa nosso objetivo comum: assegurar um futuro mais igualitário para o Brasil, enfrentando as disparidades entre o Norte e o Sul com vigor e determinação.

A recuperação da BR-319 é um marco simbólico e essencial para nossa sobrevivência logística, mas o desafio vai além dessa estrada. Trata-se de uma luta para garantir que o desenvolvimento sustentável, que tem a floresta como aliada e não como inimiga, continue a ser o motor da economia da Amazônia, preservando nossas riquezas naturais e assegurando a prosperidade da região. O tempo de agir é agora.

Fonte: Brasil Amzônia Agora.

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